Introdução
A fim de realizarmos um estudo aprofundado de qualquer doutrina, faz-se necessário conhecer o que esta afirma, compreender quais são suas premissas, verificar quais são os textos bíblicos que a apóiam, e então analisá-los à luz da Bíblia, a fim de verificar se a interpretação dos mesmos está de acordo com os princípios de exegese bíblica.
A exegese (análise) de qualquer texto bíblico deve ser feita levando-se em consideração algumas premissas que nos ajudarão a evitar obter uma interpretação errônea. De uma forma geral, as regras a serem consideradas são as seguintes:
A – Nunca se deve abrir a Bíblia sem antes orar a Deus e pedir Sua orientação para que possamos compreender o assunto o qual pretendemos estudar. Aquele que deu a inspiração aos profetas e que é o Originador das informações contidas nas Santas Escrituras sabe como nos conduzir pelo estudo para que compreendamos as verdades bíblicas.
B – Ao buscar entendimento de uma passagem bíblica, devemos procurar harmonizar o entendimento desta com o entendimento que já se possui de outras passagens. Um texto bíblico não pode contradizer a outro texto bíblico; assim sendo, o entendimento de um texto pode apenas nos dar uma informação complementar sobre o entendimento de outro texto bíblico.
C – O entendimento de um texto bíblico deve se harmonizar com o contexto histórico circundante. Os costumes e dizeres da época em que viveu o autor de determinado trecho da Bíblia influenciavam as palavras e as expressões que o profeta utilizava para escrever as verdades reveladas por Deus. Assim, conhecê-los se faz importante para facilitar a compreensão do texto bíblico analisado.
D – Uma passagem bíblica deve ser entendida dentro do seu contexto imediato e amplo. Um texto sem seu contexto pode servir de pretexto para afirmar alguma coisa errada. Assim, ao analisar um texto bíblico, é importante considerar a idéia apresentada pelo capítulo no qual este verso está inserido, bem como a idéia dos capítulos adjacentes, quando estes também fazem parte do contexto que inclui o verso a ser analisado. Exemplificando isto, podemos citar os capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse, que trazem as cartas às sete igrejas. Para se analisar, por exemplo, Apocalipse 3:3, podemos considerar como contexto imediato deste verso os capítulos
E – Um texto bíblico deve ser entendido dentro do seu máximo sentido literal, a menos que este apresente um símbolo. Quando a Bíblia apresenta uma palavra como um símbolo, este deve ser explicado pelo seu próprio contexto, caso contrário devemos entender a palavra dentro do seu máximo sentido literal.
Cada passagem deve ser interpretada de acordo com os princípios de interpretação bíblica, para que compreendamos seu correto significado. Assim, a fim de verificarmos se a doutrina da Trindade possui ou não base bíblica, teremos que primeiramente entender quais são as premissas que ela afirma e em seguida analisar os textos usados para apoiar as premissas afirmadas por esta doutrina segundo os princípios de interpretação bíblica. Caso o entendimento bíblico dos textos usados para apoiar as premissas afirmadas pela Trindade se confirme, poderemos então afirmar que esta doutrina possui base bíblica.
Se, todavia, a exegese dos textos bíblicos nos levar a um entendimento diferente das premissas afirmadas pela doutrina da Trindade, seremos obrigados a rejeitá-la por não encontrarmos base bíblica que a apóie. Isto porque a Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser utilizada como nossa única regra de fé. A Igreja Adventista do Sétimo Dia crê ser isto verdade, tanto que a primeira de suas crenças fundamentais afirma que a Bíblia á a regra de fé e o revelador autorizado das verdadeiras doutrinas bíblicas:
“1. As Escrituras Sagradas
As Escrituras Sagradas, o Antigo e Novo Testamentos, são a Palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina, através de santos homens de Deus que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. ... As Escrituras Sagradas são a infalível revelação de Sua vontade.Constituem o padrão do caráter, a prova da experiência, o autorizado revelador de doutrinas e o registro fidedigno dos atos de Deus na História. (II Pedro 1:20 e 21; II Tim. 3:16 e 17; Sal. 119:105; Prov. 30:5 e 6; Isa. 8:20; João 17:17; I Tess. 2:13; Heb. 4:12.)” - Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 14º edição – 2001, pág. 9.
Isto concorda com o que afirma a Mensageira do Senhor, em seu livro O Grande Conflito:
“
Os escritos de Ellen G. White, segundo ela mesmo afirmou, constituem-se em uma luz menor para conduzir à luz maior. Assim, cremos que por inspiração de Deus, ela afirmou que seus escritos não poderiam ser utilizados para embasar doutrinas bíblicas. Pelo contrário, ela advertiu expressamente e em diversas ocasiões aos pioneiros adventistas para que não utilizassem os seu escritos com o propósito de embasar doutrinas bíblicas. Apresentamos a seguir alguns testemunhos que ela escreveu sobre este assunto:
“Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus com regra de fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados. Nela Deus prometeu dar visões nos últimos dias”; não para uma nova regra de fé, mas para conforto do Seu povo e para corrigir os que se desviam da verdade bíblica.” -- Mensagens Escolhidas, Vol. III, pág. 29
“Enalteço a preciosa Palavra diante de vós neste dia. Não repitais o que eu declarei, afirmando: “A irmã White disse isto” e “a irmã White disse aquilo”. Descobri o que o Senhor Deus de Israel diz, e fazei então o que Ele ordena.” -- Mensagens Escolhidas, Vol. III, pág. 33 (afirmação que ela fez aos dirigentes de igreja na noite que antecedeu a abertura da Assembléia da Associação Geral de 1901)
Percebemos que a mensageira do Senhor afirmou expressamente que a Bíblia é o revelador das doutrinas. Assim, seguindo o conselho que ela deu:
O Senhor deseja que estudeis a Bíblia. Ele não deu alguma luz adicional para tomar o lugar de Sua palavra.” -- Mensagens Escolhidas, Vol. III, pág. 29
Vamos verificar se existe embasamento bíblico para a doutrina da Trindade. Se houver, podemos aceitá-la. Caso não haja, conforme Ellen G. White mesmo afirmou, não podemos aceitá-la, mesmo que seus Testemunhos a apóiem. Vejamos o que Ellen G. White afirma que devemos fazer, caso um Testemunho (uma passagem que ela escreveu) contradiga a Bíblia:
“Se os Testemunhos não falarem de acordo com a Palavra de Deus, rejeitai-os. Cristo e Belial não se unem.” -- Mensagens Escolhidas, Vol. III, pág. 32
Assim, se a doutrina da Trindade não possuir embasamento bíblico, nem um milhão de textos de Ellen G. White apoiando a Trindade serviriam de base para que aceitássemos esta doutrina.
1 – A doutrina da Trindade à luz da Bíblia
2 – A promessa do “Consolador”
3 – O Espírito divide os dons como lhe apraz
4 - O Espírito “geme e intercede”
5 - O Espírito Santo perscruta as profundezas de Deus e ensina
6 – O “Espírito” se entristece
7 – O “Espírito” fala e dirige a igreja
10 – A comunhão (II Coríntios 13:13)
11 – A “santificação do Espírito”
12 - O pecado contra o Espírito Santo
13 – O Espírito Santo e o ministério dos anjos